sexta-feira, julho 21, 2006

Israel e o Líbano

Miguel Portas, deputado ao PE pelo BE, escreve um artigo no Público de ontem criticando as posições de José Manuel Fernandes sobre a actual situação no Médio Oriente. Não nos pronunciaremos sobre as críticas de um, nem sobre as posições de outro. Seen one, seem them all.
Destacamos apenas uma passagem, em que M. Portas cita Henry Siegman no Finantial Times:
«Israel existe. Que o Hamas o reconheça, ou não, nada acrescenta ou diminui ao que é irrefutável. Em contrapartida, 40 anos depois da guerra de 67, não existe ainda Estado palestiniano. A questão politicamente pertinente que se coloca é a de saber se Israel reconhece ou não o direito dos palestinianos a um Estado. E não o inverso.»
É uma perspectiva muito real de como devem ser vistas as coisas, para temperar os ânimos e incutir algum bom senso em todo este debate.

quarta-feira, julho 19, 2006

Scolari, Selecção Nacional or the portuguese way....

Muito se tem dito e escrito sobre este fenómeno de eufórica união nacional em torno dos feitos recentes da nossa Selecção de futebol, sob orientação de Luiz Felipe Scolari.

Objectivamente, nunca em tão pouco tempo a nossa selecção fez tanto. Vice-campeã da Europa, em casa, e 4ª classificada no Mundial da Alemanha são resultados óptimos para uma equipa de futebol que nos habituou à dialéctica tipicamente nacional de Saltillo vs Mundial de 66...

Ainda para mais, numa equipa futebolisticamente aquém do seu melhor, dado que o seleccionador frontalmente assume que não convoca os melhores, mas os que ele acha que formam melhor grupo...

Mas o mais interessante de observar é a unanimidade tão tipicamente nacional em torno do Seleccionador...e o crime que é criticá-lo. Miguel Sousa Tavares escreveu ontem isto, n'A Bola:

«N bastou aos adoradores de Scolari o elogio constante, repetitivo, por vezes mesmo bajulador: a par dos legítimos elogios vinha sempre, nos seus textos, um ataque cerrado aos críticos, como se a sua própria existência fosse ilegítima.
(...) Se as pessoas preferem a opinião única, as verdades oficiais, o coro afinado das vozes, talvez seja melhor dar-lhes isso. Até que, esmagadas por tanta felicidade, recomecem a ter saudades da liberdade.»
Engraçado será um dia olhar para tudo isto com a relatividade que a distância temporal dos acontecimentos sempre permite ter, e ver as opiniões quando as coisas correrem mal, quando Scolari se for embora, ou mesmo, se um dia, por essas coisas da vida, o senhor acabar a treinar o FCP...

segunda-feira, julho 03, 2006

'Beyond the Sea'

Seguindo uma sugestão de uma amiga e colega, vi ontem o filme Beyond the Sea, realizado e interpretado por Kevin Spacey. De forma brilhante em ambos os casos, acrescente-se.
É a história (adaptada a cinema) da vida do músico americano Bobby Darin.
Da muita riqueza que tem este filme (daqueles que nos enche de vida, verdadeiramente), guardei o momento em que Darin se vira para a sua recém-esposa, Sandra Dee, e lhe diz: «You're gonna be so easy to love.»
Deve ser fantástico ouvir alguém dizer-nos isso. Quase tão fantástico como ter o prazer e a felicidade de o poder dizer.