terça-feira, janeiro 31, 2006



A fábula de dois Primeiros-Ministros





Título do apontamento que o Economist desta semana faz sobre as eleições presidenciais ('A Tale of two prime-ministers')

Problematiza da seguinte forma: Cavaco Silva, o primeiro Presidente eleito oriundo do espaço político de centro-direita, obteve mais de metade dos votos (50,6%); há menos de um ano, José Sócrates foi o primeiro líder de um partido de centro-esquerda a obter uma maioria absoluta nas eleioções legislativas; Questão: quais os motivos de tão significativa mudança da esquerda para a direita em tão curto espaço de tempo?

Explica o correspondente do Economist em Lisboa que a resposta está nas similaridades entre os dois políticos. Os problemas com que Portugal se debate, adianta, são a perda de competitividade, o défice orçamental e o fraco crescimento da economia (conforme consta do gráfico).

As soluções (mágicas) são: reforma do sector público, inversão do insucesso escolar (onde, menciona-se, 45% dos alunos abandona os estudos antes de terminar a escolaridade obrigatória), e estimular o desenvolvimento empresarial.

Posto isto, 'os eleitores portugueses não procuram respostas novas a problema antigos. Querem sim políticos que façam efectivamente alguma coisa (...) Esperam, assim, que Sócrates e Cavaco avancem com as necessárias reformas, já em curso noutros países, ainda que arrisquem a sua popularidade'.

Quod erat demonstrandum?

quinta-feira, janeiro 26, 2006

Uma grande verdade...

empirica e psicologicamente falando. José Eduardo Agualusa, no seu livro Estação das Chuvas, comenta:

«Os grandes torturadores (...) são quase sempre homens que não tiveram infância e por isso a exercem mais tarde.»

Assino por baixo.

terça-feira, janeiro 24, 2006

O fim do Soarismo (sic)

Voltamos a este tópico, já (aqui) estafado. Mas quem o foca agora é alguém muito mais autorizado: Marcelo Rebelo de Sousa, em artigo de opinião no DN.

Diz e cito «(...)o Soarismo terminou, dez anos depois de ter acabado. Isto é, cessou essa vida para além da vida de Mário Soares como candidato ou detentor de poder político. (...) quem já está na História só perde em querer sair dela, nem que seja por uns meses, para dar livre curso a um impulso pessoal ou cívico».

Dixit. E eu, se me é permitido, assino em baixo.
Primeiros sinais...

o Professor Cavaco Silva, a.k.a. Sr. Presidente from now on, anunciou ainda durante a pré-campanha, em visita ao Brasil, que iria criar uma assessoria para as Comunidades Portuguesas.

Como ler este sinal? Atenção particular dedicada à diáspora lusitana ou primeiro sinal de uma interpretação mais abrangente do papel de S. Exa. PR na política externa? E nas Necessidades, como se reagirá? Ça depend....de quem for o chefe da Casa Civil....o Adjunto Diplomático...

Aguardam-se cenas dos próximos capítulos.

A posse é a 9 de Março.

segunda-feira, janeiro 23, 2006

Sobre as presidenciais, questões que ficarão sem resposta..

1 - Se Guterres se tivesse candidatado, como teria sido?

2 - Teria Cavaco avançado se ainda tivéssemos um Governo de coligação PSD-CDS/PP, liderado por Santana Lopes/P. Portas? Ou seria, nessa circunstância, o espaço do centro direita a estar dividido?...

3 - Teria Santana apresentado a sua candidatura se não tivesse sido despedido por Sampaio?...Achar-se-á ele em 2011 ou 2016 o Alegre do centro-direita?

4 - Como é que Sócrates did't saw it coming...? Talvez nas suas memórias fiquemos a saber pk não foi Alegre o candidato oficial do PS....

5 - Se houvesse 2ª volta, qual seria o desfecho? E o posicionamento do PS? Malgré tout, este não foi o pior resultado para o PS.....com Alegre numa 2ª volta, o quebra-cabeças seria maior....

Só mais duas notas:

- Com o case study da candidatura e votação de M. Alegre, é caso para dizer: há mais vida além dos partidos....

- O DN faz manchete: «Eleição foi decidida por 60 mil votos». Faltou apenas acrescentar: «(Foi decidida) à primeira volta». Por lapso, certamente, pois ninguém contestará os factos: Cavaco teve 2 745 491 votos; Alegre 1 124 662; Soares 778 389; Jerónimo 466 428; Louçã 288 224; Garcia Pereira 23 650.

domingo, janeiro 22, 2006

Temos Presidente.

Eleito, felizmente. Cavaco ganha à primeira volta, 'por umas décimas' como ouvi já alguém comentar. Ainda que tenha tido mais, sozinho, do que os outros 5 candidatos juntos.

Tomará posse em breve. Aguardamos com curiosidade e interesse a escolha dos seus colaboradores directos, designadamente em duas áreas-chave: assessoria diplomática e assuntos políticos. E que efeitos colaterais poderá esta composição ter nas eventuais alterações no Governo...