domingo, junho 25, 2006

(Cinema) Imagine me & you

Filme soft, mas que convida a alguma introspecção.

Retive a seguinte line:

«Procurar a certeza é para quem não ama de verdade»

True, so very true.

segunda-feira, junho 19, 2006

Bolonha e as Universidades - o caso português

Excelente post de JAM no seu blog, sobre a (dis)função das Universidades. Pode ser lido aqui.

Eleições na Eslováquia

Nas suas primeiras eleições legislativas desde a adesão à UE, a Eslováquia virou à esquerda. Após 8 anos de Governo de centro-direita de Mikulas Dzurinda, as eleições foram ganhas pelo Partido Social Democrata (Smer) de Roberto Fico.
Não tendo maioria absoluta, a curiosidade reside em saber com quem poderá Fico negociar uma coligação - com os Cristãos-Democratas? À esquerda? Ou haverá uma grande coligação, no estilo alemão? Interessante notar que esta hipótese é real, se avaliarmos pela declaração feita por Fico na noite eleitoral de que não participará na destruição de reformas já ganhas e plenamente implantadas?
Lessons to be learned?

quarta-feira, junho 14, 2006

UE/Balcãs - Albânia, Montenegro e Croácia

1. A União Europeia assinou com a Albânia, no passado dia 12.06, o Acordo de Estabilização e Associação, considerada como a primeira etapa jurídica no processo de uma eventual adesão deste Estado.

2 . Na mesma data, a UE reconheceu oficialmente a independência do Montenegro.

3. E a Croácia fechou o primeiro capítulo das negociações para a adesão à União.

segunda-feira, junho 12, 2006

Comércio Internacional de Armas

De acordo com o relatório anual do prestigiado Instituto sueco SIPRI, as despesas militares a nível mundial atingiram um valor recorde de 1118 milhões de USD, um acréscimo de 3,4% relativamente a 2004. Segundo contas do Le Monde, dá qualquer coisa como 173 USD por cada habitante do planeta.

Os EUA representam 48% do total das despesas, sendo que o Reuno Unido, a França, o Japão e a China representam cerca de 4 a 5% cada um....

A Rússia é o maior fornecedor, com cerca de 30% do total de vendas, seguida dos EUA, França, Alemanha e Reino Unido, tendo como principal cliente a China (que, aliás, depende quase exclusivamente do abastecimento russo).

O relatório, essencial para perceber o contexto que que vivemos, estudamos e trabalhamos, pode ser encontrado aqui.
Constituição Europeia

O chanceler austríaco, Wolfgang Schuessel, que preside ao Conselho da União Europeia até dia 30 deste mês afirmou, numa entrevista ao jornal alemão Bild, ser favorável à ideia de um referendo pan-europeu como solução para resolver o impasse em torno da questão do Tratado que estabelece uma Constituição para a Europa.

Cito: "I can well imagine a referendum that takes place simultaneously in all EU states. The constitution would be accepted if the majority of the European population and the majority of states approves it."

Resolve a questão francesa e holandesa sugerindo que tal proposta (de convocar um referendo pan-europeu) teria de vir dos dois Estados-membros que rejeitaram o documento em consulta pública - França e Países Baixos.

O PM belga, Guy Verhofstadt, havia já avançado com esta ideia, contemplada no próprio articulado do Tratado: «If four fifths of the Member States have ratified it and one or more Member States have encountered difficulties in proceeding with ratification, the matter will be referred to the European Council". Isto significa 20 Estados-membros em 25, sendo que 16 ratificaram já.

Parece-me má ideia, pela simples razão de que qualquer avanço que implique uma fragmentação da UE me parece o início do fim. Esse não é o caminho e não é seguramente a melhor forma de fazer sentir aos cidadãos europeus que fazem parte de um projecto de paz, estabilidade, solidariedade e prosperidade. É transmitir-lhes que apenas farão parte desse projecto se disserem que sim a tudo.

A democracia não é isso.

sábado, junho 10, 2006

Relações, fidelidade e traição

A revista XIS, que sai com o Público aos Sábados, é uma publicação muito interessante. Especialmente agora que deixei de ler a Única, que é mesmo a única coisa que verdadeiramente ainda se aproveita do Expresso. (que deixei de comprar após a vergonha da manchete 'Freitas cansado no MNE' - temos pena, mas fui daqueles que leu efectivamente a entrevista....).

Bom, adiante.

Este Sábado, na XIS, uma interessantíssima análise dos relacionamentos, na perspectiva da (in)fidelidade. Começa por enquadrar a questão, mencionado uma alteração de paradigmas - o casamento, antigamente visto como uma mera etapa do percurso de vida, frequentemente uma aliança económica ou familiar, não tem nos nossos dias o peso que tinhaem termos financeiros ou de obrigações sociais ou familiares. É, essencialmente, uma aliança sobre sentimentos. (excepções existem, claro...)

Esta maior autenticidade trouxe igualmente novos problemas. Exigimos cada vez mais, hoje, no imediato. Temos de «aproveitar enquanto é tempo, pois os anos fogem e temos o direito a ser felizes.

Ponto central: vivemos uma época onde predomina o imediatismo e a sedução, no qual o amor pelo outro cede facilmente ao (...) culto do eu e do amor-próprio, sendo cada vez mais difícil preservarmos os laços e os sentimentos face ao desgaste do tempo e das solicitações exteriores... (profissionais, de amizade, de atracções por outras pessoas...)

O artigo problematiza da seguinte forma: o que procuramos?

Estudos sociológicos demonstram que cerca de metade dos homens e mulheres, pelo menos uma vez na vida, já enganaram os seus parceiros. Identificam-se motivos - falta de comunicação, de auto-estima, isolamento, monotonia sexual, vontade de testar a capacidade de sedução, jogos de poder ou mesmo impulsos de vingança. Como diz a sabedoria popular, 'procurar fora o que se não tem em casa'....

Um psicoteraupeta francês, Gérard Leleu, argumenta que: «a infidelidade é uma má resposta para uma boa pergunta». A boa questão seria: porquê este vazio? Resposta errada: procurar superá-lo de mulher em mulher ou de homem em homem. Este é o caminho mais fácil.

E adianta que «parar para pensar, pôr em causa o que nos acontece e o que sentimos, evitando fazer juízos de valor, dá trabalho. (...) É mais fácil ir vivendo ao som da 'comunicação leve', de telecomando na mão».

E um ponto desta argunentação tocou-me particularmente: o tempo é a dimensão-chave desta questão. Só ele nos permite encontrar o nosso eixo, o nosso ponto de equilíbrio e de integração.

Mais do que fórmulas mágicas, é a capacidade de sermos coerentes com os nossos valores, de estarmos atentos ao que acontece ao nosso lado, encontrando novas formas de compreensão, que faz a diferença.

A fidelidade pode, assim, ser encarada como uma filosofia de vida associada a um projecto comum e à qualidade dos afectos. E isto implica um trabalho a tempo inteiro, de exigência, de atenção, de perseverança.

Evitar que se quebre a corrente emocional passa, sobretudo, por provarmos ao outro que é único.
E se houver esta reciprocidade, temos uma força, um poder que gera uma secreta certeza e que pode mover montanhas. Chama-se amor.

Been there...fez-me crescer, ler este artigo e escrever este post.

24 - II


Hoje já é Sábado. Fiquei ontem até de madrugada a ver os 4 últimos episódios da 1ª temporada da série 24.

Direi apenas isto: quando entramos na recta final, das 23h às 24h, e pensamos que sabemos como será o desfecho, ainda assim somos incrivelmente surpreendidos.

Faltam-me agora 4 temporadas....

segunda-feira, junho 05, 2006

24 - I

5ª feira sai o último DVD da 1ª temporada da série norte-americana 24, juntamente com a revista Visão.
Verdadeiramente fascinante. Talvez o sucesso que esta iniciativa da Visão está a ter, faça com que as televisões percebam que séries deste quilate (e há imensas) não são para dar às 2h da manhã em dias de semana.
Muito interessante- para um cientista social internacionalista - esta série, por todas as implicações que evidencia e por tantas outras que deixa implicítas.
Nunca mais é 5ª!....

domingo, junho 04, 2006

Os Países Baixos e o Tratado Constitucional para a UE

Representantes do Partido Socialista neerlandês, que liderou a campanha pelo Não ao Tratado Constitucional no referendo de 1.06.2005, devolveram simbolicamente este documento à representação austríaca (que preside actualmente ao Conselho) em Bruxelas, numa viagem de bicicleta desde a Haia.

Tratou-se de uma chamada de ateção para aquilo que os socialistas designam de uma intenção de aguardar um ano ou dois após o referendo (o so called período de reflexão), para depois fazer a ratificação do Tratado pela back door.

Na semana passada, uma sondagem publicada pela televisão pública dos Países Baixos (PB) revelou que 68% da população votaria hoje não ao Tratado (contra 61.5% no referendo) e que 83% querem ser novamente chamados a pronunciar-se se o Tratado for revisto...

Terão lugar em 2007 eleições legislativas nos PB. Mas o Partido Trabalhista, que lidera actualmente as sondagens, fez já saber que não procederá a uma ratificação imediata do mesmo documento.

O principal obstáculo parece ser, segundo um investigador do Clingendael Institute, que "a systematic and principle vision on the demarcation of European and national competences was lacking" in the constitution (...).

Ou seja, permanece por clarificar a crucial questão da delimitação de competências entre a UE e os seus Estados-membros, bem como a explicitação do que é o princípio da subsidiariedade na enorme zona cinzenta das competências partilhadas. Bem como o envolvimento dos Parlamentos nacionais, base da legitimidade democrática, em todo este processo.

Mas mais do que clarificar e explicitar, é preciso comunicar aos cidadãos. Essa é a maior tarefa da Comissão Barroso.

Artigo completo aqui.















Tempos de mudança

A vida tem muito mais graça vivida assim. Felicidade a minha. Esta semana ficou marcada por mais uma mudança na minha vida profissional. Deixo uma casa onde passei momentos muito felizes, outros bastante difíceis, mas na qual, acima de tudo, cresci muito - como pessoa e como profissional.

Trago muita gente no coração. Todos vocês sabem quem são. Obrigado pelo carinho, por me terem recebido tão bem e sobretudo por terem acreditado na pessoa que procuro ser, independentemente das maledicências tão típicas das Necessidades.

Espero continuar a ser feliz neste meu novo desafio profissional. Mas tudo só fará sentido se puder continuar a partilhar este momentos convosco.

Obrigado.

Post-scriptum: falta na foto o meu querido amigo João, fotógrafo de serviço.